sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Welt.de - “Ser adulto é relativo”


Crianças, como o tempo voa: As Super Estrelas Teen Tokio Hotel têm 20 anos. Bill e Tom falam de acidentes, com 15 anos, a sorte de irem às compras, e por isso eles preferem falar de avós.

“Bill Kaulitz nunca sai de casa sem maquiagem”, diz a mulher da companhia discográfica. O tempo para a máscara deve ser sempre calculado. E quando o pequeno homem está diante de você, dá pra ter uma pequena ideia de quanto tempo demorou se arrumando. Entre os cabelos negros perfeitamente penteados, os dreads pretos e brancos saindo para fora e as pálpebras com uma combinação perfeita de linhas a preto e branco, unhas devidamente pintadas. As mãos com luvas têm alguma dificuldade em arranjar a massa de correntes que estão ligadas à sua camiseta preta. O seu irmão gêmeo Tom está sentado no sofá ao seu lado num quarto de hotel com paredes cor-de-rosa. Ele se imagina como um roqueiro que anda nas ruas com casacos de cabedal e tranças no cabelo. Não menos caro, mas não tão notável. Dois rapazes normais com disfarce de estrelas Pop.

Welt am Sonntag: Bill e Tom, vocês fazem aniversário dia 1 de Setembro. O que querem?

Bill: Eu gostaria de estar junto da minha família, ver os meus amigos e ir tomar um café. Eu amo café, bebo litros de café. Eu gostaria de uma rodada de café com tortas de creme. E seria ótimo se todos tivessem mais de 60 anos. Seria uma festa de café a sério.

Tom: Com tantas pessoas mais velhas, as conversas podem se tornar muito mais interessantes. Têm pensamentos diferentes. Seria bom uma festa do café todos os Domingos.

Welt am Sonntag: Vocês tem desejos materias?

Bill: Eu não.

Welt am Sonntag: Um carro novo talvez?

Tom: Eu acho que alguém me daria algum objeto físico. Mas, obviamente se fosse um carro novo, eu já ficaria feliz!

Welt am Sonnatg: Têm 20 anos. São adultos?

Bill: Eu acho que nunca vou crescer. Mas crescer também é relativo, eu já com 13 anos fazia e pensava qualquer coisa, me sentia velho o suficiente para ir a bares beber álcool. Eu sempre me senti mais velho do que aquilo que sou.

Welt am Sonntag: Vocês terminaram o ensino médio à distância, e foram reconhecidos por terem um bom desempenho.

Bill: Isso é quase embaraçoso, certo?

Welt am Sonntag: Um pouco.

Bill: O Tom e eu odiávamos a escola. Foi o pior momento das nossas vidas. Tenho pena de toda a gente que vai para a escola.

Welt am Sonntag: O que é que era tão mau?

Tom: Acima de tudo, éramos zoados pela nossa aparência na escola. O pior de tudo, acho que a personalidade de qualquer individuo é completamente suprimida quando se está na escola.

Bill: O Tom e eu estávamos em duas turmas diferentes por motivos disciplinares no 7º ano. Eramos mesmo problemáticos, quase que fomos expulsos da escola. Mas não por causa de drogas ou conflitos. Mas sim por causa de discussões que tinhamos com os professores e eles simplesmente não entediam. E então aí se percebe que a formação de pedagogia dos professores é pouco. Muitos simplesmente estudam porque não veem outro jeito. Mas para se ser professor é preciso ter realmente uma grande paixão.

Welt am Sonntag: Muitos dos seus fãs veem um modelo em vocês. Há valores que queiram transmitir?

Tom: Na verdade, não como modelos.

Welt am Sonntag: Mas vocês vivem um pouco isso. Não sabiam?

Tom: Não, muitas vezes não. É preciso estar livre deles para fazer. Temos de qualquer das maneiras um espaço muito limitado. Eu quero dar atenção a qualquer caso, mas não agora de repente numa entrevista.

Welt am Sonntag: Vocês, porém, fizeram uma campanha contra a AIDS.

Tom: Claro que às vezes tentamos levantar as coisas que achamos mais importantes. Mas no final, eu odeio esse título de “modelo a seguir”. Então eu nunca quero ser isso.

Welt am Sonntag: Vão votar?

Tom: Sim. Vamos ver.

Bill: Então, pelo menos, pela primeira vez.

Welt am Sonntag: Qual é a porcentagem de normalidade na vida de vocês?

Bill: 1%.

Welt am Sonntag: É como as estrelas internacionais, que não podem ir vocês mesmos às compras?

Tom: Sim, sem dúvida. Quando começamos a fazer música, estávamos no tempo em que os nossos pais iam às comprar pela gente, e agora estamos na época em que nós mesmos temos que fazer e não podemos.

Bill: Seria bom ter um assistente pessoal, que sempre se preocupa. Mas eu gostava de escolher os meus iogurtes por mim mesmo às vezes.

Tom: Nos Estados Unidos, há supermercados que estão abertos 24h por dia. Pode ir lá às 4h da manhã e ninguém está lá dentro. Aqui, uma vez fui à seção das crianças e trouxe tudo. Pistolas com setas e carrinhos de controle-remoto.

Bill: E depois disparamos as setas contra os carrinhos. Totalmente ridículo.

Welt am Sonntag: Como é que compram suas roupas?

Bill: Isso é feito geralmente pela internet ou por um catálogo. Completamente chato. Mas às vezes temos que saltar fora da nossa sombra. É uma luta, quando pomos os pés lá fora e há fotografos e fãs à porta. Às vezes precisamos sair, precisamos fazer a nossa vida.

Welt am Sonntag: O que é que está nas suas listas de catering?

Bill: Na verdade, cada ano há uma nova. E devo admitir que é bastante longa. Mas estamos tão raramente em casa e tentamos que seja a que se adapte o melhor possível. O mais importante é o café e os cobertores do hotel. Os cobertores de lã são os piores. Porque com eles sentimos como se estivéssemos num acampamento. O mais importante para mim é um verdadeiro teto e um travesseiro real.

Welt am Sonntag: Vocês ainda tem amizades do passado?

Bill: Só essas. No tempo do Tokio Hotel nós não fizemos novos amigos, porque não podemos sequer realmente conhecê-los. A quem nos conhece já devem ter uma opinão formada sobre nós.

Welt am Sonntag: Tem cuidado extremo com as pessoas porque já tem sido muitas vezes enganados?

Tom: Sim, tivemos experiências extremas no início da nossa carreira. Aos 15 anos, estávamos em uma Aftershow-party e, claro, bebiamos álcool. Naquele tempo era assim: um gole de álcool, e no dia seguinte todos os editores do departamento da juventude social queriam acabar completamente com nosso projeto.

Welt am Sonntag: Mas vocês provavelmente devem ter tido algum treino para saber lidar com estas situações.

Tom: Não, nós nunca tivemos. E nem sequer alguém nos disse como responder às perguntas.

Bill: Deve-se aprender por si próprio. Entrar nas situações e sair delas. Mesmo quando os jornais escreviam algo de mal sobre nós.

Welt am Sonntag: Tiveram algum apoio psicológico para estes casos?

Tom: O apoio psicológico é a família e os amigos. Eu imagino irmos procurar ajuda profissional, mas não temos tempo, outra vez.

Bill: Quando as pessoas fazem isso, eu posso entender. O problema é que eu não acredito nisso.

Tom: Eu também sempre me achei mais esperto que um psicólogo.

Bill: Exatamente. Tudo o que eu estou dizendo, eu digo deliberadamente, porque este é o meu problema. E então o psicólogo diria: você precisa de tempo para pensar nisso. E eu penso para mim: uau, eu também já sabia disso antes.

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